Era assim: Quando eu ainda era um infante, lá pelos meados dos anos 90, o brasileiro tinha uma ritual dominical. Acordavam, os recatados iriam para as missas, os impuros reclamavam da ressaca. Uma vez em casa, juntavam-se todos na frente da televisão e juntos, assistíamos o Galvão Bueno narrar os maiores pilotos do mundo (Schumacher, Senna, Alan Prost, Damon Hill, etc, etc e muitos outros) desbravando as pistas ao redor do mundo, disputando o campeonato da Fórmula 1. Torcendo para ouvirmos o hino da vitória.
A paixão do brasileiro pela Fórmula 1 tem nome. Melhor, tem nomes. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e, o herói maior, Ayrton Senna (do Brasil!). Mas, o amor por esse esporte é compartilhada por MILHÕES de pessoas ao redor do mundo. Tanto é, que até no nosso jogo yugiohzístico, uma das melhores cartas de monstro já produzidas é uma referência direta ao esporte dominical: o Formula Synchron!
[Mais rápido que fofoca, mais chato que moedas.]
O esporte teve início nas décadas de 1920 e 1930. A Europa sediou as primeiras disputas automobilísticas de que se tem notícia. As competições, porém, foram interrompidas pela II Guerra Mundial. Como correr com risco de levar bala perdida é um esporte tipicamente brasileiro, só em 1945 as provas voltaram a ser realizadas. Daí veio um nerd, uniformizou as regras dessas corridas e esse foi a origem da Fórmula 1.
[1 luxo!]
O campeonato mundial que reuniu o conjunto de grand prix (os GPS, “grandes prêmios”) disputado na época sob a autoridade da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que provavelmente já tinha o Bernie Ecclestone como membro da organização (não sabe quem é? Perdeu a piada! Besta!). A primeira temporada teve início em maio de 1950, no autódromo de Silverstone, na Inglaterra, e acabou sete corridas mais tarde, no mesmo ano, em Monza, na Itália. Dois circuitos clássicos que são utilizados até hoje na F1. Nino Farina sagrou-se campeão, pela Alfa Romeo, com três vitórias, mesmo número obtido pelo segundo colocado, seu companheiro de equipe, o argentino Juan Manuel Fangio.
[Esse tipo de carro é chamada de "Baratinhas"]
Fangio, por acaso, é considerado o primeiro grande “herói” da Fórmula 1. No segundo ano da F1, Fangio inaugurou sua série histórica de cinco títulos, recorde que só seria superado quatro décadas mais tarde, pelo Dick Vigarista Michael Schumacher.
Naquela época, os motores dos carros eram localizados na parte dianteira do veículo. O piloto australiano Jack Brabham I, piloto da equipe Cooper, modelou o que se tornaria um marco na Fórmula-1. A grande inovação do carro era a posição do motor, na parte traseira, o que lhe rendeu uma melhor distribuição de peso. Consequentemente, seu equilibro, estabilidade e velocidade também se aprimoraram.
Outra lenda da categoria, o escocês Jackie Stewart protagonizou um dos episódios que ajudariam a escrever a história do esporte em termos de segurança, já que naquela época o máximo de proteção durante a corrida era a ajuda de Chessus. No circuito belga de Spa-Francorchamps, seu carro rodopiou durante uma tempestade, indo parar em uma vala. Quando tentou sair do veículo, Stewart percebeu que estava preso nas ferragens. E pior: seu macacão estava ensopado de gasolina. Ou seja, o escocês estava FUDIDO. Só Chessus na causa mesmo. Ele conseguiu se salvar com a ajuda de outros pilotos (se fosse o Schumacher, a galera o tinha deixado virar churrasquinho alemão). Mas o Stewart jurou, debaixo de um pé de jequitibá, que só voltaria a correr se os automóveis se tornassem mais seguros. Assim, com sua participação e estímulo, foram criados o capacete que protege todo o crânio do piloto e o macacão antichamas.
[I believe i can fly!]
Foi com o brasileiríssimo nome Fittipaldi, que as terras tupiniquins descobriram a Fórmula 1. Não foi um Ayrton Senna, mas foi o primeiro brasileiro a se sagrar campeão da categoria, duas vezes. A carreira de Emerson começou na Lotus, em 1970 de uma maneira peculiar. Naquele ano seu companheiro de equipe, o austríaco Jochen Rindt, liderava o campeonato, até aí tudo certo. Nos treinos do GP de Monza, porém sofreu um acidente fatal, que o matou, vindo a falecer, perdendo, assim, a vida. No penúltimo GP da temporada, Emerson venceu a primeira prova de sua carreira e, de quebra, assegurou a Rindt o título póstumo de campeão.
[Fittipaldi e suas costeletas da vitória!]
Dois anos mais tarde, em 1972, o brasileiro sagrou-se o mais jovem vencedor da categoria de todos os tempos, aos 25 anos, oito meses e 29 dias — recorde que ficaria de pé por três décadas (agora moleques de 20 anos é campeão... aff...). O feito repetido em 1974, dessa vez pela McLaren. Das três vitórias que lhe garantiram o segundo título, uma delas aconteceu no Brasil, no primeiro GP realizado no país.
Não dá para dissertar sobre o esporte mais luxuoso do mundo nesse post. Porém, espero que tenhamos a oportunidade voltar ao assunto, cobrindo os anos de glória do Nelson Piquet, McLaren e do inesquecível Ayrton Senna.
That’s all for now, folks.